-  Atualizado 11/12/2011

Guaraqueçaba: de beija-flores a botos | Por Diovani Sanz

Publicado por: Silvia Oliveira Guaraqueçaba

Meu querido amigo Diovani Sanz é da nossa tribo: viajante apaixonado com olhos sensíveis para as paisagens. Na maior boa vontade ele preparou especialmente para o Matraqueando uma matéria super bacana sobre Guaraqueçaba, um dos destinos mais exuberantes do litoral do Paraná. Além de ter feito um relato fantástico, o Diovani ainda nos presenteou com lindas fotos. Acompanhe o Diovani!

Texto e fotos: Diovani Sanz

Para quem gosta de contato com a natureza, Guaraqueçaba oferece o passeio ideal! Localizada no litoral do Paraná em meio a uma área de proteção ambiental (APA), a cidade com aproximadamente 8 mil habitantes oferece aos visitantes uma culinária típica do litoral (e saborosíssima), hospitalidade e paisagens incríveis.


Barco que faz a travessia Paranaguá-Guaraqueçaba.

Primeiro, como chegar? Existem duas formas de chegar a Guaraqueçaba, de carro ou ônibus pela estrada que inicia pouco antes de Antonina (PR 440 e depois a PR 405) ou com o barco que sai de Paranaguá. Já fui pelos dois jeitos e recomendo, se você não tem problemas em andar de barco, vá com a embarcação de Paranaguá. Você provavelmente gastará menos tempo (a estrada pode ficar bem ruim com chuva) e ainda terá belas paisagens pelo caminho, com chance de ver botos. Fique atento aos horários de saída do barco, pois as vagas são limitadas (tivemos que chorar bastante para embarcar na última vez que fomos).

E a hospedagem? Bom, Guaraqueçaba possui uma infraestrutura bem limitada (leve dinheiro), mas possui pelo menos quatro opções de pousadas e hotéis. Recomendo a pousada Flor da Serra do Seu Odir e da Dona Carmem, eles são bem simpáticos e atenciosos, você se sente em casa. Não deixe de pedir ao Seu Odir uma caipirinha de Cataia, é muito boa!! Alerta importante: se você não gosta de beija-flores, não se hospede na pousada porque eles certamente farão companhia durante o café da manhã.

Estando lá, a cidade é bem aconchegante. Possui construções históricas, uma pracinha ótima para papear, alguns restaurantes a beira mar com pratos bem acessíveis e muito bons. Não posso deixar de comentar sobre uma lanchonete/sorveteria no centro da cidade, me perdoem por não lembrar do nome (mas tem uma foto logo aí em cima da entrada dela). Enfim, o que há nesse lugar? O melhor empadão de palmito com camarão ou palmito com frango que eu já provei!! As donas, que vieram lá do Acre, além de muito simpáticas (essa inclusive é uma característica do pessoal da cidade) sabem cozinhar. E tem uma pimenta lá do Acre também muito boa. Conheça porque vale à pena.

E o contato com a natureza, cadê?? Deixei, claro, o melhor para o final. Primeiramente, se você quiser ficar pela cidade mesmo, sem andar muito, vai ter duas opções extraordinárias de pôr do sol. A primeira e mais fácil de todas é só sentar nos banquinhos da Ponta do Morretes ou ficar nas pedras da baía mais à esquerda (de quem está olhando para o mar). Além de um espetáculo do sol, é quase certo que você verá inúmeros botos. É incrível ouvir sua respiração.

Ainda para o pôr do sol, a outra opção é subir o morro do Quitumbê. (A foto que abre o post é da visão que se tem de lá!) Após uns 30 minutos de caminhada, chega-se ao topo do morro. De lá, a vista é impressionante. O lugar é ótimo para fazer um piquenique, mas lembre-se de recolher todo o lixo. Passe repelente porque principalmente no fim da tarde as butucas atacam. É bom também levar uma lanterna para o caminho de volta. Vou deixar essa imagem falar por si só!

Existem também algumas opções de passeios na região, vou comentar sobre duas delas: o Salto Morato e Superagui. A Reserva Natural Salto Morato, de propriedade da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, possui uma trilha bem tranquila em meio à reserva chegando ao salto Morato (a caminhada leva entre 40 min a 1 hora até a cachoeira). Há espaço para banho de rio durante o caminho, mas a água é bem gelada. Para chegar a reserva é preciso ir de carro por uns 30 minutos.

Outra opção imperdível de passeio é para a Ilha de Superagui. O acesso é por barco partindo de Guaraqueçaba (bem cedo, dependendo da maré) e há dois barcos diferentes, os toc-toc e as voadeiras. Os toc-toc são mais baratos e com maior capacidade de transporte, porém levam até 4 horas para chegar, já as voadeiras chegam em aproximadamente 2 horas. O trajeto é muito bonito, passando pelo mangue, trechos de praia. Próximo ao trajeto se encontra a Ilha dos Papagaios e há a chance, principalmente no final da tarde, de você presenciar uma revoada de papagaios. Em Superagui, reserve o almoço assim que chegar. As opções de pratos são acessíveis e saborosos, comida bem caseira. Há porções de camarão à milanesa muito bem servidas.

Em Superagui você pode ficar na praia ou pegar uma trilha, atrás dos restaurantes, para chegar ao outro lado da ilha, com praias desertas e um mar convidativo. Na trilha contudo há muitos mosquitos, leve repelente e se possível roupas “longas”, mas confortáveis. A caminhada pela trilha mais o retorno pela praia leva entre 2 e 3 horas, leve água. Quando você retorna da caminhada ao restaurante, o almoço já lhe espera e garanto que você vai aproveitar. Depois do almoço ainda há tempo para aproveitar a praia em frente ao restaurante e curtir.

Esse é um pouquinho de Guaraqueçaba, uma área de proteção, ainda preservada, que garante um contato com a natureza e boas recordações.

Texto e fotos: Diovani Sanz

————————————-
Muito, muito obrigada Diovani! Fiquei imensamente feliz com esse lindíssimo relato sobre Guaraqueçaba, um destino paranaense importantíssimo que ainda não fazia parte do Matraqueando.
————————————-

Leia mais sobre outros destinos do Paraná:

Antonina
Morretes
Curitiba
Lapa
Ilha do Mel
Foz do Iguaçu
Rota do Café
Londrina