Viajando na maionese

Publicado por: Silvia Oliveira Sem categoria

“Fracassei em tudo o que tentei na vida.
Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui.
Tentei salvar os índios, não consegui.
Tentei fazer uma universidade séria e fracassei.
Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei.
Mas os fracassos são minhas vitórias.
Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu”

Darcy Ribeiro, antropólogo e escritor brasileiro

Queridos Matraqueadores:

Estou em câmera lenta aqui no blog. Semana decisiva para término da redação da minha qualificação de doutorado. No final de abril volto para mais uma temporada em Sevilha. Estou tentando o título na área de Ciências Sociais e o programa é Desigualdades e Intervenção Social.

Na minha tese trabalho com análise do discurso jornalístico etnocêntrico, aquele que provoca exclusão, racismo, preconceito e xenofobia. Com o objetivo, claro, de propor uma linguagem que promova a tolerância, a diversidade étnica, a pluralidade de línguas e, portanto, de culturas.

Entre tantas leituras – e já muito esgotada por causa do processo de escrever (em espanhol!) sem parar – encontrei essa frase do Darcy Ribeiro. O que me deu o maior ânimo. Porque a vitória é mesmo sempre subjetiva. Não importa o final da história em si. Mas o caminho percorrido para chegar lá. É ele – o caminho – quem determina a nossa biografia. Como já dizia o escritor uruguaio Eduardo Galeano: a
verdade não está no porto, mas na viagem.

(Desculpe, mas eu já tinha avisado lá no título que era un post-surto)