Barcelona | Palau de la Música Catalana: a única sala de concertos modernista Patrimônio da Humanidade
Se existisse uma escala de penalização quando deixamos de conhecer um determinado atrativo eu estaria condenada à prisão perpétua. Colocar o Palau de la Música Catalana de lado numa visita a Barcelona é quase crime hediondo. Prova disso é que essa majestosa obra inaugurada em 1908 se converteu na única sala de concertos modernista declarada Patrimônio da Humanidade.
Tive que ir uma dezena de vezes à capital da Catalunha para dar uma chance ao incrível e delirante projeto do arquiteto modernista Lluís Domènech i Montaner, o mesmo que concebeu o primoroso Hospital de la Santa Creu i Saint Pau, do qual eu já falei aqui.
Não é mesmo muito fácil ir além de Gaudí. O pai da Sagrada Família está para Barcelona assim como Niemeyer está para Brasília. Você sempre vai topar com alguma obra dele por onde quer que vá. Estando aqui, respirar Antoní Gaudí é atávico e viciante.
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Mas ao ser convocado para criar uma das principais salas de concertos da Europa, Domènech i Montaner reuniu diversos colaboradores para executar vitrais, mosaicos e esculturas. A obra é quase um surto psicótico, aquele frenesi avassalador típico do modernismo catalão.
O desafio começa na própria localização do edifício, espremido no bairro de Sant Pere, Santa Caterina i La Ribera — próximo ao Bairro Gótico. Eu mesma, com minha maquinha tômatica, não consegui encontrar o melhor ângulo para fotografar a fachada, pressionada entre duas ruas estreitas.
Por outro lado, o interior do prédio é daqueles de dar torcicolo. Do piso ao teto só inovação e criatividade, um processo inventivo alucinante. Paredes e colunas cravejadas de mosaicos coloridos (os famosos trencadíes, típicos do modernismo catalão) e vitrais com flores e referências bucólicas.
Para conhecer o Palau de la Música Catalana é necessário fazer a visita guiada (não existe visita livre). E não poderia ser de outra forma, são tantos detalhes e minúcias que só mesmo um especialista para dar conta de todos os pormenores do prédio e da obra proposta por Domènech i Montaner.
A sala tem uma das melhores acústicas do mundo. Alguns dos maiores maestros de todos os tempos como Strauss e Stravinski deixaram sua marca aqui. Até a Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás (sim, o nosso Goiás!) e brasileiros como Marisa Monte, Toquinho, Adriana Calcanhoto e Gilberto Gil (que inclusive aparece no vídeo de introdução do tour) já se apresentaram no Palau.
A guia que nos acompanha explica que alguns elementos arquitetônicos e decorativos de caráter modernista ganham algo do — juro! — barroco. Ao passar pelo vestíbulo, na entrada antiga do prédio, uma enorme escada toda trabalhada em pedra leva até o primeiro piso.
O momento sensação da visita é justamente a sala de concertos. Não saberia descrever muito bem do ponto de vista técnico e artístico. São tantos detalhes, tudo junto e misturado, que você não sabe para onde olha ou mira a máquina fotográfica. Você só sabe que gosta.
E a grandeza do projeto reside justamente aí, na capacidade incrível de Lluís Domènech i Montaner de elaborar algo tão suntuoso sem cair na ostentação ou deixar aquilo parecido com os desenhos de arte da minha sobrinha de dois anos.
São vitrais saindo do chão, rosas esculpidas no teto e — a estrela da casa — uma gigante claraboia toda trabalhada em vidro de quase uma tonelada, obra de Antoni Rigalt i Blanch.
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O fundo do palco está adornado por 18 esculturas lindíssimas de mulheres que fazem referência ao mundo da música clássica e popular. O busto é feito em relevo como se estivesse saindo da parede e o corpo, a partir da cintura, é todo em mosaico. Cada musa leva um instrumento musical diferente e sobre elas fica o grande órgão do recinto.
A programação é intensa o ano todo. Confira aqui a agenda e programe-se para, além da visita, assistir a algum concerto ou espetáculo de flamenco (sim, há vários). As apresentações custam a partir de € 20.
SERVIÇO
Local: Palau de la Música, 4-6. Metrô Urquinaona (L1 e L4). Fica próximo ao Bairro Gótico.
Horário: todos os dias, 10h às 15h30. Semana Santa e mês de julho, 10h às 18h. Agosto, 9h às 20h.
Entrada: € 20. Se comprar antecipado on-line (com mais de 21 dias de antecipação o ingresso fica € 16). Crianças até 10 anos não pagam. A visita é obrigatoriamente guiada e é oferecida a cada 30 minutos em cinco idiomas: catalão, espanhol, francês, inglês e italiano. Veja aqui os horários de cada um. O tour dura em torno de uma hora. Não há guarda-volume. Tem cafeteria e livraria com acesso livre mesmo para quem não vai fazer a visita guiada. Valores de abril de 2019.
IMPORTANTE | A Espanha faz parte parte do Tratado de Schengen, um acordo que estabelece normas para quem pretende visitar os países membros. A determinação EXIGE um seguro de viagem obrigatório com cobertura mínima de € 30 mil que muitas vezes deve ser apresentado na imigração, caso solicitado. A boa notícia é que Leitor do Matraqueando tem até 35% de desconto no seguro internacional. Desconto de verdade! Pegue seu cupom aqui e viaje tranquilo! Vale para mochileiro, luxo, viajante solo, aventureiro e família. E ainda dá para dividir em até 6 vezes!
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Fotos: Sílvia Oliveira | Todos os direitos reservados.
Adoro vitrais, mas essa claraboia… realmente, deve dar torcicolo. Acho que eu ficaria hipnotizada nesse lugar.
Deixar um lugar como esse fora do roteiro é um pecado.
Mais um daqueles lugares lindos de morrer, pena realmente são os preços absurdos que se estao praticando por BCN, acredite que há 8 anos atrás quando lá vivi era tudo muito mais barato (ex: Casa Battló era 17€)
Minha querida Matraca Silvinha,
Estava eu meio desanimadinha com essa visita a Barcelona, achando que não conseguiria ver nada de nádaras, sobretudo Gaudí, porque entrei no site de turismo de Barcelona e achei assim meio histérico, tipo “compre agora e evite as filas com um milhão de pessoas” etc, etc. Achei muita muvuca por meu mood atual, e futuro.
Aí venho aqui ler seus posts sobre a cidade, e tudo é tão amigável, tão gentil, tão acolhedor – a cidade que você me apresenta é adorável, eu vou amar Barcelona, parece um museu a céu aberto, a gente pode andar por onde for que só vai ver belezas.
Daí, animada com sua sabedoria, com sua expertise e generosidade, saí comprando pelo site passeios que posso fazer sozinha, como vou viajar: o Palácio da Música, com direito a um piano ao vivo por 20 min, acho que vai ser lindo, eu sei; a Casa Batlló; um walking tour Picasso, com direito a visita ao Museu e um passeio no Barcelona Bus Turistic .
Agora veja você como é importante o modo como a pessoa apresenta a cidade, o tipo de dica, o tipo de linguagem, o modo como vê e apresenta o que vê. Você mudou minha disposição com relação a essa cidade. Vou ler tudo que você escreveu sobre Lisboa, sobre Paris (que eu já conheço, lembra?) e te agradeço muito pelo trabalho maravilhoso que você faz. Fico de 10 a 16 de setembro em Barcelona, e agora já sei que não é tempo demais, como eu pensava antes.
Beijos no coração, siga sendo essa Matraca fantástica, linda e inteligente, fazendo um trabalho de primeira linha no setor de turismo – aliás, em todos os setores da existência.
Vera Queiroz
Vera, querida! Nem sei o que dizer diante das suas palavras de incentivo. Recebo muitos comentários diariamente, mas não me lembro da última vez que alguém tirou um tempinho para me escrever uma carta tão cheia de carinho. Obrigada, obrigada, mesmo!
Barcelona é a minha cidade preferida na Europa. Não dá para dizer o porquê. Se eu disser que tem arquitetura, arte, boa comida, ambiente urbano (que eu amo) e bairros bem definidos, eu poderia estar falando também nesses termos de Lisboa e Paris. Mas eu me encontro em Barcelona!
A cidade vive um boom de visitação no momento, por isso, os principais atrativos estão com filas, há uma certa muvuca nas Ramblas (o calçadão da cidade) e o índice de furtos têm crescido.
Pelos passeios que você colocou aqui imagino que sua experiência vai ser genial. A Casa Batló, para mim, é a obra mais impressionante e enigmática de Gaudí, mais até do que a Sagrada Família, porque ele concluiu a casa ainda em vida!
Em relação à segurança tome todos os cuidados que tomaria aí na sua cidade, seja no café da manhã do hotel ou dentro de um museu. Do resto, é só se entregar. Certeza de que sua experiência visual, auditiva e gastronômica vai ser memorável!
Um abraço e boa viagem! 🙂
Muito obrigada, querida, as dicas de segurança serão observadas com cuidado, até porque viajando sozinha e com cabelinhos brancos o povo acha que sou “alvo”, então redobro a atenção e me cerco de profissas – gente pra me pegar e levar ao aeroporto, por exemplo; visitas guiadas, enfim. Até porque não conheço nada, preciso mesmo de ajuda. Um beijo, querida. Obrigadíssima, sempre.
Vera
Certíssima você!